No último dia do 12º Encontro Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base, que aconteceu em Porto Velho, Rondônia, foi feito um apelo pela paz, por líderes de oito religiões. Os religiosos assumiram o compromisso de lutar pela paz.
“O grito que vem da Amazônia só será ouvido se as religiões se derem as mãos”, afirmou o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Geraldo Lyrio Rocha, representante da Igreja Católica. “Chega de divisão, de preconceito e de guerras por motivos religiosos. Chega de ódio por projeção distorcida da verdade que liberta”.
Queremos aqui lembrar os compromissos assumidos:
Compromisso conjunto das Religiões
Nós, reunidos em nome da paz e por causa da paz e da vida na terra declaramos:
a) Comprometendo-nos juntos a enfrentar, com responsabilidade e coragem, os problemas e desafios do mundo contemporâneo: destruição da natureza e poluição do meio ambiente – fome, miséria, trabalho escravo, trabalho infantil e desemprego – racismo, intolerância e marginalização das mulheres – materialismo e consumismo – violências, guerras e fabricação de armas – globalização, imperialismo e comércio injusto – ganância, corrupção e quaisquer ações e políticas que não promovam a dignidade e o desenvolvimento humano em harmonia com a riqueza e os limites do planeta.
b) Comprometendo-nos juntos a cuidar da conservação da natureza para a vida da única família humana de todas as gerações, respeitando-nos uns aos outros como habitantes deste planeta onde vivemos como peregrinos.
c) Comprometendo-nos juntos a contribuir na educação das pessoas no respeito e na estima recíprocos, a fim de poder alcançar uma existência pacífica e solidária entre os membros de etnias, culturas e religiões diferentes.
d) Comprometendo-nos juntos a dialogar com sinceridade e paciência, não considerando o que nos divide como um muro insuperável, mas ao contrário, conhecendo que o confronto com a diversidade do próximo pode tornar-se uma ocasião de maior compreensão recíproca e a promover a cultura do diálogo, para que se desenvolvam a compreensão e a confiança recíprocas entre os indivíduos e entre os povos.
e) Comprometemo-nos a defender o direito de todas as pessoas humana de levar uma existência digna, conforme com a sua identidade cultural e a estar da parte de quantos sofrem devido à miséria a ao abandono, fazendo-nos a voz dos que não têm voz e empenhando-nos concretamente para sair de tais situações, convictos de que sozinhos, ninguém pode ser feliz.
f) Comprometendo-nos juntos a fazer nosso o brado de todos os que não se resignam à violência e ao mal, contribuindo com todos os nossos esforços para a edificação e consolidação de um mundo de solidariedade, e a humanidade tenha uma real esperança de justiça e de paz
“Que nenhum ódio nem nenhum conflito, que nenhuma guerra encontre um incentivo nas religiões. A guerra não pode ser motivada pelas religiões. Que as palavras das religiões sejam sempre palavras de Paz! Que as religiões guiem os corações na pacificação da terra!”